
Grande participação dos estudantes brasileiros na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas contrasta com notas baixas obtidas em avaliações nacionais de ensino e pode camuflar problemas e limitações do projeto.
A primeira fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) reuniu, em 2013, quase 20 milhões de alunos de todo o país. Porém, os indicadores nacionais de educação levantados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Ideb) apontam que os estudantes ainda estão longe de viver um caso de amor com a disciplina. Essa aparente contradição reflete o sucesso e também as limitações do modelo da olimpíada, além de levantar questões sobre seu aproveitamento na melhoria do ensino e sobre o caráter midiático e político do evento. Para a matemática Suely Druck, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Matemática e idealizadora da OBMEP, apesar dos casos de sucesso de diversas escolas do país e do conhecimento que trouxe sobre o ensino nacional, o projeto encontra-se estagnado e precisa se reinventar para impactar o ensino no país de forma mais ampla. Em palestra no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no dia 4 de junho, no Rio de Janeiro, ela falou sobre os nove anos de OBMEP e os desafios da educação brasileira.
“É claro que há exceções, mas, no geral, a realidade das escolas ainda é de grande aridez, tudo é muito chato para alunos e professores. A proposta da OBMEP sempre foi de criar um ambiente sofisticado, estimulante”, explicou. “O resultado das provas é fascinante, permitiu conhecer melhor as realidades de cada região, muitas traziam até recados claros, alunos que diziam ‘eu nunca tive aula de geometria’. Na primeira prova, por exemplo, descobriu que o país inteiro não sabia o que era perímetro”, avaliou.
Fonte: Ciência Hoje
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