quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Grande número de participantes de Olimpíadas de Matemática contrasta com baixo desempenho dos alunos

Escola pública

Grande participação dos estudantes brasileiros na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas contrasta com notas baixas obtidas em avaliações nacionais de ensino e pode camuflar problemas e limitações do projeto.

A primeira fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) reuniu, em 2013, quase 20 milhões de alunos de todo o país. Porém, os indicadores nacionais de educação levantados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Ideb) apontam que os estudantes ainda estão longe de viver um caso de amor com a disciplina. Essa aparente contradição reflete o sucesso e também as limitações do modelo da olimpíada, além de levantar questões sobre seu aproveitamento na melhoria do ensino e sobre o caráter midiático e político do evento. Para a matemática Suely Druck, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Matemática e idealizadora da OBMEP, apesar dos casos de sucesso de diversas escolas do país e do conhecimento que trouxe sobre o ensino nacional, o projeto encontra-se estagnado e precisa se reinventar para impactar o ensino no país de forma mais ampla. Em palestra no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no dia 4 de junho, no Rio de Janeiro, ela falou sobre os nove anos de OBMEP e os desafios da educação brasileira.

“É claro que há exceções, mas, no geral, a realidade das escolas ainda é de grande aridez, tudo é muito chato para alunos e professores. A proposta da OBMEP sempre foi de criar um ambiente sofisticado, estimulante”, explicou. “O resultado das provas é fascinante, permitiu conhecer melhor as realidades de cada região, muitas traziam até recados claros, alunos que diziam ‘eu nunca tive aula de geometria’. Na primeira prova, por exemplo, descobriu que o país inteiro não sabia o que era perímetro”, avaliou.
Fonte: Ciência Hoje

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