quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Por que Plutão não é mais considerado planeta?




O planeta Plutão foi desclassificado da categoria de planeta. Tal fato foi protagonizado pelo astrônomo Mike Brown da Caltech na Califórnia, que afirmou que Plutão não poderia mais manter o status de único planeta atípico do Sistema Solar por ser bem menor que os demais, sua lua ser desproporcionalmente grande para o tamanho do planeta e sua órbita ser a mais inclinada e excêntrica. O planeta Netuno foi descoberto em 1846 e na virada do século os astrônomos afirmavam a existência de um 9º planeta no Sistema Solar. A idéia de um planeta que interferisse nas órbitas de Urano e Netuno começou com o astrônomo Percival Lowell no seu observatório e foi concluída pelo seu assistente Clyde Tombaugh já que Lowell faleceu antes da descoberta desse planeta hipotético. Em 1930 aos 24 anos ele capturou uma imagem que viria a ser considerada como um novo planeta do Sistema Solar: Plutão, conclusão fundamentada em cálculos incorretos da massa de Netuno. Desde os gregos antigos a definição de planeta era muito imprecisa, tendo mudado diversas vezes ao longo da história, então na falta de um termo apropriado para Plutão, foi chamado de planeta durante muito tempo. Por ficar a uma distância muito grande do Sol, Plutão recebeu esse nome em homenagem ao deus romano dos lugares obscuros. Mesmo com toda a tecnologia atual não é possível ter imagens nítidas de Plutão (devido a sua distância), porém é possível determinar a composição do planeta. As zonas claras de sua superfície é composta por 3 tipos de gelo: monóxido de carbono, metano e nitrogênio. As zonas escuras provavelmente sejam rochas sólidas de silicato. Plutão está 30 ou 40 vezes mais longe do sol do que a Terra, o que faz deste planeta um dos locais mais frios e escuros do Sistema Solar, com temperatura média de -198° C. Pelo pequeno tamanho e densidade a gravidade em Plutão é apenas 1/15 da gravidade da Terra. Os cientistas ambicionam ter um pedaço de rocha de Plutão, pois a sua composição mostra a história de como o Sistema Solar se formou há 4,5 milhões de anos, o que não é possível na Terra que sempre recicla o seu material tornando a sua superfície mais jovem comparada a de Plutão. A superfície de Plutão é repleta de crateras de impacto de asteróides e meteoróides, não há atmosfera, geleiras, chuvas nem erosão, à medida que se aproxima do Sol o calor provoca a evaporação dos gases congelados para formar uma atmosfera temporária e à medida que recua os gases se congelam novamente voltando à superfície. Por 75 anos Plutão foi considerado um planeta. O astrônomo Mike Brown procurava astros do mesmo tamanho de Plutão em áreas remotas do sistema solar, quando em 2005 encontrou um corpo celeste maior que Plutão e com lua própria que orbitava no Sol pensando ter encontrado assim o 10º planeta pela semelhança entre eles, chamando-o de Eris.  Desde então, o conceito de planeta tornou-se alvo de grandes debates, sendo que em 2006 em Praga, na União Astronômica Mundial, o termo planeta foi definido cientificamente pela 1ª vez e os objetos trans-netunianos como Plutão seriam uma classe à parte. Com a descoberta de Eris e a observação do cinturão de Kaiper que abriga centenas de milhares de corpos glaciais (o 1ª deles foi descoberto em 1992), atribui-se Plutão como um desses corpos do Sistema Solar exterior em sua ampla variedade de corpos. Ficou definido que um planeta é um corpo esférico que orbita no Sol que limpou a vizinhança de sua órbita, o que não se aplica a Plutão, reduzindo o Sistema Solar a 8 planetas. Assim, corpos como Plutão e Eris foram denominados de planetas-anões. Há astrônomos que refutam tais definições e querem que Plutão ainda seja considerado um planeta. Mesmo não sendo considerado mais planeta, Plutão ainda é alvo de pesquisas, sendo que a NASA enviou uma nave chamada New Horizonts com a missão de pousar em Plutão e estudá-lo cientificamente, porém precisa chegar a tempo ao encontro de Plutão, pois ele está se afastando do Sol e seu longo inverno de 62 anos está chegando, o que deixará a sua atmosfera congelada o que dificultaria o estudo da temperatura, da composição, a estrutura e os ventos da atmosfera. Para isso, a New Horizonts viaja na velocidade de 72000 km/h estimando-se chegar até Plutão em Julho de 2015.

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